sexta-feira, 20 de março de 2015

#14

Querido amor da minha vida

Não sei se já te devia ter escrito antes, se ainda é cedo, ou se devia guardar estas palavras para mim.Mas há dias em que...é dia. E hoje foi este dia.
Sei que já não te tenho a meu lado, que o meu lugar foi ocupado, que tens uma vida melhor e mais estável, que és o homem que nunca foste a meu lado, mas o menino que estava comigo eventualmente iria crescer. Então porque te chamo amor da minha vida? Porque é isso que és na verdade, és hoje, foste ontem e sê-lo-ás amanhã. És o amor da minha vida porque as pessoas são tão mais importantes quanto influenciaram a nossa vida, quanto mais fizeram parte dela. E tu fizeste parte de grande parte da minha, ainda, curta vida. Estiveste comigo em diversas fases da minha vida, e a importância vem daí. Conheci o amor contigo, o verdadeiro amor, aqueles dos contos de fadas... e foi também contigo que soube que o "viveram felizes para sempre não existe", que às vezes a bruxa má ganha. Mas, acima de tudo, foi contigo que me tornei mulher, e foi por tua causa que sou a mulher que sou hoje. Porque a nossa história foi bonita enquanto durou e eu soube o que era amar e ser amada enquanto fomos felizes. Foi a teu lado que passei a adolescência, que saí dessa fase e entrei na vida adulta....foi a teu lado que soube o que queria ser e para onde queria caminhar. Foi também contigo que passei algumas das piores alturas da minha vida, que me viste cair e me viste reerguer.

Mas... sou quem sou hoje e muito te devo a ti.

Não te preocupes, és o amor da minha vida mas os sonhos e as esperanças ficaram lá trás, assim como a mulher amaste. És o amor da minha vida por tudo aquilo que disse antes, e porque também sei amar de mil e uma formas hoje porque um dia soube amar plenamente e de coração cheio. Porque amor da nossa vida há só um, mas depois aprendemos a gostar, a partilhar...a construir um amor.  

Não te agradeço o quanto sofremos... mas agradeço-te por quanto crescemos, e por quanto amámos.
Obrigada amor da minha vida.


sábado, 1 de março de 2014

#13

Querido Pai,
Faz hoje 5 anos que nos deixaste, e amanhã farias 64 anos. Sim, tu melhor que ninguém sabes estas datas, mas não posso deixar de as recordar.
Sabes, pai, parece que foi ontem que tudo aconteceu. Ainda consigo recordar o nosso último Natal, aquele que tu fizeste questão de passar connosco porque já sabias que estavas doente - sentias. O dia seguinte a essa época festiva no qual foste ao hospital e lá ficaste. Consigo ainda ouvir-te naquele dia do inicio de Janeiro a dizeres-nos "Tenho cancro do pulmão metastizado no cérebro. Mas não quero que chorem, porque vamos lutar e fazer tudo o que for preciso". Mal sabia eu que as metástases estavam em outros locais também. Lembro-me da cirurgia à cabeça, da qual disseram que poderias sair sem andar, e da tua felicidade quando acordaste e sentias as pernas :'), mas eu acredito que sabias que isso aconteceu porque não retiraram o que seria suposto, o tempo que te restava era muito pouco para que ficasses com tão pouca qualidade de vida. Mas ainda mais presente estão aqueles teus últimos dias em casa. A tua revolta em não conseguires movimentar a mão direita, a tua força e a tua entrega a todos aqueles a quem, mesmo doente, continuaste a dar explicações (sim, essas pessoas "devem-te" mais do que algum dia fizeram). Não me posso esquecer do dia em que vieste do hospital e passaste a tua última manha em casa, até já não te aguentares em pé e começares a dizer coisa com coisa e eu ter que ligar à mãe a dizer que tínhamos que te levar de novo para o hospital. As últimas horas naquele hospital frio, a última visita - aquela na qual te deveria ter dito tanta coisa e as palavras não saiam.
Lembro-me de tudo como se fosse hoje. A visita dos primos nessa madrugada, e o telefonema para o hospital na manhã seguinte, naquelee que seria o dia dos teus anos. Os telefonemas, o velório, o funeral... porque por mais anos que viva não me vou esquecer.
Onde quer que estejas quero acreditar que estás a viver aqui connosco, que nos estás a ver e que tens orgulho daquilo que fomos conseguindo. Dói, dói muito saber que não me vais ver terminar o curso, que não me vais levar ao altar quando me casar e que não vais embalar os teus netos, mas sei que vais viver sempre connosco, porque estás sempre no nosso coração, a todas as horas do dia.

Um dia uma grande amiga perguntou-me como é que se fazia para não ter saudades, como é que no Natal eu conseguia estar sempre com um sorriso nos lábios não te tendo comigo. Pois é, não se pode não ter saudades, porque elas estão connosco todos os dias, temos que aprender a viver com elas. Uns dias custa-nos mais viver de braço dado com a saudade do que noutros. Mas aprendemos a pensar que a pessoa que cá não está não nos queria tristes, que temos connosco o seu legado e que é assim que fazemos para que esse pessoa viva tantos anos como nós viveremos, porque essa pessoa vive na nossa memória *.*

És o meu pai, o meu amigo, o meu herói e foste, com todos os teus defeitos, uma das pessoas mais humanas e que mais deu de si aos outros que eu conheço, e são esses valores que me transmitiste que quero ter comigo e para mim. A mãe, há uns meses, depois de me ter ficado a ver da janela disse-me "és mesmo igualzinha ao teu pai, estava a ver-te vires da paragem de autocarro e até a maneira de andar é igual à dele, postura e tudo". Pois é pai, é dos maiores elogios que me podem fazer.

Porque ainda te vejo sentado no teu lugar e ainda te ouço dizer "Se é tarde, viesse mais cedo" :')
Até breve pai, continuaremos a conversar nos meus monólogos diários contigo, porque eu sei que me ouves. Porque eu sei que sempre que singrar tu estás onde quer que seja a sorrir, e sempre que cair estarás lá para me dar força para me levantar. Porque sei que foste tu que puseste a meu lado todas as pessoas que eu tenho hoje, que fizeste com que se cruzassem no meu caminho para que eu nunca caminhasse sozinha.

5 anos...01/03/2014 <3

domingo, 23 de fevereiro de 2014

#12

O egoísmo humano não tem limites. Na sua maioria as pessoas já não pensam nos outros. Ou melhor, pensam nos outros mas sempre sem se descentrarem de si mesmas.
 Esquecem-se que as nossas acções, que até nos podem fazer bem, podem estar a magoar os outros, muitas das vezes a magoar aqueles de quem mais gostamos.
"Eu faço isto porque eu quero e porque neste momento me apetece", mas será que a vida é assim? Que podemos fazer tudo aquilo que nos apetece quando e como queremos?

Porque acima de tudo, a nossa liberdade termina onde começa a dos outros....

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

#11



Faz hoje um ano que tudo mudou...
Que a minha vida mudou!

Admito que na altura nem me apercebi da magnitude que isso teria, do impacto que sentiria quando caisse a ficha e tudo se tornasse real. Estava demasiado perdida em sonhos, em esperanças de que tudo teria solução, de que tudo voltaria e de que a felicidade poderia existir...perdida na ideia de que tudo tinha que ter tido sentido, e que tudo tinha valido a pena - estava perdida de amores, perdidamente apaixonada. Oh, o amor é cego e fez com que eu não visse o que estava ali à minha frente... ou talvez tenha visto fundo demais e tenha fechado os olhos. Porque o que os olhos não vêem o coração não sente. Mas nem sempre é assim...
Deixaste-me, ali naquele banco de jardim, e levaste contigo uma parte de mim...para sempre.

Hoje sou uma mulher nova, independente, decidida e dona de si mesma...mas no que respeita ao amor sou uma sombra conheceste...um fantasma do que tiveste! Roubaste-me esse pedaço de mim, e mesmo estando incompleta e sentindo doer ainda muito por isso, sei que vivi um conto de fadas - onde a bruxa má levou a melhor, mas que não acabou ali! Porque a princesa, um dia será rainha...

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

#10


A vida por vezes tira-nos muito. Tira-nos o tecto e o chão, atira-nos para o mais fundo de nós, de onde é tão difícil sair. Aquela escuridão que nos envolve, os demónios que se apoderam de nós e nos transformam em alguém que quase não reconhecemos como sendo nós próprios. A solidão que se sente nesse momento, a dor que nos afunda ainda mais, a depressão que chega sem avisar e que insiste em não nos largar. A apatia, a sonolência, e a incapacidade de abraçarmos um futuro mais sorridente de vermos que amanhã pode ser um dia melhor. A tormenta de sermos quem somos, de nos denegrirmos emocionalmente de tal modo que não queremos ser esse mesmo alguém, mas na verdade estamos totalmente impotentes para mudar aquilo que não gostamos. Porque não temos querer, porque não há vontade... há apenas letargia, mágoa. As lágrimas secam, o corpo deixa de sentir, e a cabeça só pensa que tudo isto pode terminar tão facilmente como começou. E é nesse ponto que a vida se toma uma bifurcação, e que temos que tomar uma decisão. É nesse momento que decidimos pôr fim a tudo, porque nada mais nos prende aqui a este pedaço de terra onde nada nem ninguém já nos pode dar algo de bom, onde já não podemos ser nada de bom até mesmo para nós... ou decidimos que temos realmente algo por que lutar, decidimos que tudo aquilo que nos deita abaixo apenas pode tornar-nos mais fortes, que talvez nada valha, na realidade, a grandeza que é a nossa vida, e que por isso ceifá-la não é o caminho.

E é então que renascemos... que sabemos realmente de que fibra somos feitos. Que nem fénix renascemos das cinzas, agarrando em toda a nossa dor, e transformando-a em experiencia, transformando-nos em algo melhor. Conhecemos o mais forte de nós, não digo o melhor, mas percepcionamos estratégias que realmente nem sabíamos que tínhamos, competências que não sabíamos existir.

Porque a vida tira, e a vida dá. Porque ao renascer, também a vida renasce connosco. Seguimos novos caminhos, conhecemos novas pessoas...pessoas essas que se tornam especiais, pessoas que adquirem uma tonalidade colorida, alegrando os nosso dias, fazendo com que o que passou não seja tão duro assim.
Quando perdemos o sentido da vida, a vida encarrega-se de nos mostrar qual o novo caminho a seguir... e temos que caminhar nele com toda a bagagem emocional que ficou connosco, sem tudo o que nos fez mal, com as recordações do bom que vivemos...e com todos aqueles que hoje, no aqui e agora, nos querem bem.
Porque são as pessoas que surgem sem que as procuremos, que surgem quando nada o fazia prever, que se tornam importantes subtilmente e , um dia, mudaram a nossa vida.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

#9



Tic...Tac...
As horas vagueiam, os minutos passeiam e os segundos correm...
Tic...Tac...
Os meus pensamentos acompanham o ritmo enquanto o sono não chega...

...e não há meio de chegar.

Tic...Tac...

sábado, 15 de junho de 2013

#8

Pratica a dicotomia. Pratica o sim e o não, o bom e o mau. Pratica o agora, ontem e o amanhã. Pratica o egocentrismo, o egoísmo. Pratica o Rei na Barriga. Pratica o "se eu não gostar de mim, quem gostará". Pratica a beleza, e o miau. Pratica o ar desgrenhado. Pratica a honestidade, a lealdade e a humildade. Pratica o "levas um murro da tromba". Pratica a amizade, o riso e as gargalhadas. Pratica o choro e a revolta. Pratica as parvoíces. Pratica o racionalismo e profissionalismo. Pratica a agressividade. Pratica o peace, e o love. Pratica o odeio-te, és uma desilusão.Pratica o AMO-TE <3.
Pratica oYin, e o Yang.
Pratica o "Vai-te F#4"R", be yourself.

Mantém-te fiel a ti mesma!